29/03/14

Ser ou não ser


"Neste mundo de poder desigual, no qual  várias hegemonias tentam convencer-nos que uma nação, uma raça, um género, uma preferência sexual, uma religião, uma ideologia, um quadro cultural é superior  a todos os outros, será isto realmente defensável? Devemos insistir que as artes sejam banidas das agendas sociais?
Estaremos nós, os artistas de palco, em conformidade com as exigências dos mercados higienizados ou será que têm medo do poder que temos para limpar um espaço nos corações e no espírito da sociedade, reunir pessoas, para inspirar, encantar e informar, e para criar um mundo de esperança e de colaboração sincera?"
(Dia Mundial do Teatro, Mensagem de 2014, Brett Bailey

Neste dia, tive a oportunidade de ir ver o Hamlet ao S.Luiz, numa sala cheia e vendo tudo de lá tão em cima que quase tocávamos no teto.
A minha prima Mariana  escreveu assim: "Hamlet personagem-ator-leitor.narrador-crítico-encenador. Shakspear-Brecht. Teatro dentro de teatro dentro de teatro na sala de teatro"(Mariana Camacho).
E é mesmo assim, o teatro a confundir-se com o próprio teatro!



26/03/14

"O Poeta faz-se aos 10 anos"

Na Sexta-feira passada, foi dia das crianças que acompanhamos descobrirem a poesia.
Começamos com jogos e brincadeiras (caças ao tesouro e puzzles) e desta forma despertamos o seu interesse para poemas de grandes poetas portugueses.
No fim, os pequenos poetas quiseram escrever os seus próprios textos para oferecer a alguém especial.



"(...) A poesia é a beleza e o sentido das coisas e de nós próprios.
É uma maneira de olhar o mundo.
É uma forma de atenção a tudo.
Ela pode estar em toda a parte: nós, às vezes é que não estamos onde ela está, só porque passamos ou vivemos distraídos.
E outras vezes encontramo-la.
E outras vezes encontramos a poesia e não a sabemos escrever (Maria Alberta Menéres, O Poeta faz-se aos 10 anos).






A poesia é:

-A beleza das coisas
-O sentido das coisas
-Um sentimento
-A imaginação sensível das coisas
-Vivência, sabedoria, rigor
-O amor pelas letras e pelo que elas podem
-O amor pelas palavras e pelo jogo que as lança na aventura
-Poesia ideia e energia
-Comunicação e descoberta sempre renovada
-Poesia espanto
-Poesia texto
(Maria Alberta Menéres)





Neste dia não tivemos dúvida de que temos ali grandes poetas de 10,11 e 12 anos!



18/03/14

Ainda sobre a Igualdade de Género

Em comemoração do Dia da Mulher decidimos falar com as crianças que acompanhamos sobre igualdade de género.Antes, tentamos perceber as suas percepções sobre as mulheres e os homens. Deixo aqui as conclusões das crianças:



Homem:
ü  “Trabalha no Pc”
ü  “Joga futebol”
ü  “Faz comida (às vezes, muito pouco provável) ”
ü  “Leva os filhos à escola"
ü  “O homem nunca se maquilha nem pinta as unhas”
ü  “Oh Beatriz, esqueci-me de uma coisa que é só mesmo os homens que fazem: Os homens fazem as obras das casas”

Mulher:
ü  “Embalam os bebés”
ü  “As mulheres têm mais paciência do que os homens”
ü  “As mulheres têm a fúria de limpar a casa”
ü  “É uma pessoa do sexo feminino”
ü  “Mulheres carinhosas, amorosas e sensíveis”

Após alguma conversa e discussão algumas crianças acabaram por dizer que embora fossem meninas gostavam de brincar com carrinhos e conheciam meninos que brincavam com bonecas e que afinal não havia assim tantas diferenças entre os homens e mulheres e que todos deveriam ser tratados com respeito.

Pode ser que tenhamos dado um pequenino passo num caminho que se adivinha longo.

Boa noite a todos e todas :)




08/03/14

Igualdade

Hoje tenho apenas um pedido:
Mulheres, eduquem os vossos filhos na e para a igualdade de género!


Deixo aqui uma frase que vi num filme sobre o tema: "A minha liberdade como homem está na tua liberdade enquanto mulher"

É urgente educar para a igualdade!

Feliz dia da mulher!
B

04/03/14

Domigo à tarde




Acabei a tarde de Domingo chuvosa num "festival de vizinhos" a ouvir poemas de Natália Correia.



 Decididamente a palavra
quer entrar no poema e dispõe
com caligráfica raiva
do que o poeta no poema põe.

Entretanto o poema subsiste
informal em teus olhos talvez
mas perdido se em precisa palavra
significas o que vês.

Virtualmente teus cabelos sabem
se espalhando avencas no travesseiro
que se eu digo prodigiosos cabelos
as insólitas flores que se abrem
não têm sua cor nem seu cheiro.

Finalmente vejo-te e sei que o mar
o pinheiro a nuvem valem a pena
e é assim que sem poetizar
se faz a si mesmo o poema.

Natália Correia, in "O Vinho e a Lira"

"Agir local,pensar global"- Graça ao Reverso 2014