19/10/16

Outubro

A mãe sempre me contou que o pai fazia anos dia 14 e, como eu gostava muito de festas, decidi nascer no dia 15 a ver se ainda chegava a tempo à festa de aniversário do meu pai.
Sou filha do Outono, e nestes dias que nem chove nem dá sol pedi muito para que não chovesse para que pudesse ter todos os meus amigos à volta do meu bolo de aniversário. No entanto, fica da vez mais difícil reunir, não só a vida levou-os para muito longe, como parece que esta cidade afasta as pessoas. Penso que se o meu aniversário não é suficiente para reuni-los a todos que outro motivo terei?
O importante é focar aqueles que fizeram questão de estar presente. A família, que não me falha nunca, e uma mão cheia de amigos que decidem permanecer, muitas vezes aqueles com quem menos estamos.
E que venham os 25!

com amor,
BC



14/10/16

Estes dias

As viagens são para mim, a melhor forma de introspeção. Rumei ao norte com o objetivo de, como balança que sou, balançar a minha vida e perspetivar o próximo ano. Mas deixei-me envolver pelo ambiente, pelas pessoas e conclui assim mais um capítulo da minha vida. Com esta viagem acabei mais um diário e apaixonei-me pelo norte.
Mal posso esperar para começar mais um capítulo :)












Decisões


Eu que sou balança, que me demoro nas decisões. Que peso cada prato e me demoro nas escolhas.
Eu que olho sempre para os dois lados de uma questão, para os lados mais ocultos das pessoas; é aí que me demoro.
Eu que antecipo, ou que deixo até ao fim, ao último minuto, a decisão (que por vezes já está tomada). Porque o difícil de escolher é o que deixamos, mas sem deixar ir não podemos avançar.
E eu demoro, das mais simples (como o que vou fazer para o jantar) às mais complexas que se interpõem no meu caminho. Peso prós e contras e tento ao máximo ter o melhor dos dois.
Mas se é coisa que aprendi com os 24 foi a importância de decidir e sermos fieis à decisão; porque os limbos são interessantes, mas podem ser complicados.
Não sei se um dia conseguirei decidir com mais facilidade, mas este ano percebi a importância de não querer o mundo todo num minuto e de focar as minhas energias ao máximo num só projeto (ainda que por vezes ande a divagar) e quem me ensinou isto foi a minha tese :)





12/10/16

As pessoas da cidade (a Náná)

A Nádia é mais uma daquelas pessoas que fazem da “minha cidade emprestada” um sítio melhor. Porque mais do que monumentos, sítios, prédios e ruas. São as pessoas escondidas na cidade que fazem dela um sítio melhor, mais humano, mais familiar.

Todas as escolas deveriam ter uma Nádia ou Náná (como carinhosamente as crianças lhe chamam) aquela pessoa que entra às 8h da manhã com um sorriso no rosto e que sai quase sempre depois da hora só depois de se certificar que todas as crianças estão bem entregues. Por vezes, chega mesmo a levá-las a casa.

A Náná conhece todos os segredos da escola e conhece tão bem as crianças que, arrisco-me a dizer, às vezes bem melhor do que as famílias. É o porto seguro para muitas delas (e para os próprios pais). É, por isso, quase impossível não ser feliz ao lado dela, porque, apesar da sua vida ter sido madrasta, ela insiste em fintar-lhe com um sorriso e boa disposição.

A Nádia não tem nenhum curso superior (pelo menos não daqueles em que se recebe um diploma no fim), mas foi com ela que aprendi os melhores truques para lidar com diversas situações que os livros não ensinam, coisas que só a experiência e uma grande dedicação podem ensinar.

É por isso que Ontem quando eu e as crianças lhe abraçamos dissemos, sem falar, um grande obrigada.