E assim foi...
Cheguei ao cabeleireiro convicta que desta vez queria mesmo cortar.
Sem nenhuma hesitação sentei-me e disse, pode cortar! E a cabeleireira (aquelas danadas que querem sempre cortar mais do que devem ) estranhou a reação e disse que não era preciso assim tanto (estranhei a reação).
Acabamos e, como sempre, olhamos ao espelho e achamos que está muito curto (mesmo quando queríamos que estivesse) controlamos as lágrimas e respondemos um "Está bom" a segurar as lágrimas e o descontentamento.
"É só o primeiro impacto" , "depois habituas-te", "ao menos sei que vai crescer" foi repetindo como se fossem mantras.
Mas o dia passou, as pessoas passaram por mim e ninguém reparou, convenci-me de que não estava assim tão curto, ao ponto de ficar triste, nem tão longo ao ponto de ter aqueles problemas todos.
São linhas simples e descomprometidas que narram as minhas descobertas diárias na cidade que me viu chegar de armas e bagagens. Sentimentos, caras, conversas, olhares, descobertas, tudo o que passa por mim e me faz parar algum tempo, que me faz ficar imóvel enquanto tudo se move ao ritmo estonteante da cidade "Happiness is only real when shared." (Christopher McCandless)
07/03/18
01/03/18
sobre o cabelo comprido
Sempre quis ter o cabelo comprido e após várias tentativas, muito esforço e resistência (para que ninguém me convencesse a cortá-lo) consegui chegar ao comprimento desejado.
O que acontece é que, no que se trata à minha pessoa, ter cabelo comprido não é de todo a melhor opção e ainda estou a tentar aprender viver com ele, sendo que:
é uma ilusão achar que acordamos com o cabelo perfeito como nos filmes; como não há tempo resolve-se com um rabo-de-cavalo mal amanhado no topo da cabeça;
todos os dias o cabelo vai parar a dentro da sopa enquanto falo efusivamente com quem quer que esteja a almoçar comigo que faz o reparo;
não há orçamento para a quantidade de shampoos e amaciadores que se gastam;
quando vou fechar o casaco das crianças é rara a vez que não fico com o cabelo entalado no zipper;
sou o alvo perfeito na escola para brincar aos cabeleireiros (e é doloroso);
penteio o cabelo de manhã, e à tarde tenho rastas;
é ainda mais desafiante tentar não apanhar piolhos.
Posto isto;
amanhã vou cortá-lo pelos ombros!
com amor,
Beatriz
O que acontece é que, no que se trata à minha pessoa, ter cabelo comprido não é de todo a melhor opção e ainda estou a tentar aprender viver com ele, sendo que:
é uma ilusão achar que acordamos com o cabelo perfeito como nos filmes; como não há tempo resolve-se com um rabo-de-cavalo mal amanhado no topo da cabeça;
todos os dias o cabelo vai parar a dentro da sopa enquanto falo efusivamente com quem quer que esteja a almoçar comigo que faz o reparo;
não há orçamento para a quantidade de shampoos e amaciadores que se gastam;
quando vou fechar o casaco das crianças é rara a vez que não fico com o cabelo entalado no zipper;
sou o alvo perfeito na escola para brincar aos cabeleireiros (e é doloroso);
penteio o cabelo de manhã, e à tarde tenho rastas;
é ainda mais desafiante tentar não apanhar piolhos.
Posto isto;
amanhã vou cortá-lo pelos ombros!
com amor,
Beatriz
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