Cidade emprestada,Cidade partilhada.

A Jo

Porque esta cidade emprestada não é só minha, esta é a cidade de todos aqueles que dela queiram fazer parte e partilhá-la comigo, deixei-me invadir por novas perspectivas desta cidade que me acolhe.
A Jo é uma daquelas pessoas que tornam esta cidade mais bonita,mais humana.
Conheci-a quando andávamos empenhadas a tentar melhorar aquele bocadinho de mundo que está à nossa volta. Quando tentávamos transformar um bairro cinzento num lugar cheio de luz e felicidade.
A Jo é daquelas pessoas que cativam com o primeiro olhar. E sem esperar, já eu estava sentada na sua sala a devorar as suas bolachinhas de chocolate que curam qualquer mal.
A Jo faz parte da minha cidade, e quando a noite se ergue, ela percorre as ruas da cidade enchendo-as de conversas e risadas que enchem qualquer coração.

quinta-feira,12 de setembro de 2013
Recantos desta cidade

Boas sensações preenchem-me aqui e agora,
Local que fala de si.
Troco sorrisos com estranhos
Pelas ruas desta cidade que me é,
Que ganha vida em mim,
Nos recantos que me oferece em segredo.
Ocupo-os vezes sem conta
E deixo-me ficar a absorver a sua presença,
A ver passar as gentes e os seus olhares
Desatentos, às vezes quentes.
Pessoas que vão para onde vão
Com tudo o que levam consigo,
Dentro e fora, miolo e casca fundidos,
Esta a que me apenas me chega.
Surgem-me perguntas inadvertidas
Que não procuram resposta,
Apenas querem dar corpo à curiosidade
Instantânea que logo se vai-
Engolidos pelo facto de se encontrarem ali
Todos os dias,
Os recantos esquecidos esperam, emudecidos,
Pelos estranhos que passam.
Por vezes alguém pára a escutar
No silêncio das paredes e do chão
As conversas e o fulgor das passagens
Que ali se deram desde sempre.
Então as coisas do espaço ganham vida
Eparecem murmurar segredos distantes,
Frequentemente lavados pela água das chuvas
E esquecidos pelo tempo em que foram.
Em menos de nada, os sorrisos das gentes
despertam quem ouve para o que agora é,
Abafando subitamente a percepção dos murmúrios
Que foram ditos quase mudos.
As passagens dão-se,marcam o espaço
E continuam o seu caminho
Porque noutros locais há outros tantos encontros
À espera de se darem.
Aqui permaneço mais um pouco,
Agora de olhos fechados,
Apenas escuto.

Josiane Santos